367 dias e algumas horas...
Levanto-me, interrompo a noite. Procuro-te entre os corredores, cantos, espelhos...
Não consigo refugiar-me em nada mais se não a mentira, aquela que aparece nos sonhos e me preenche os dias. Na impossibilidade de desistir, sangro mais um pouco, morro um pouco mais.
Aqui, onde o horrizonte é confuso e amor é a corda que me sustenta em arame farpado, deito-me sobre os sonhos e a alegria de outros tempos. Crio realidades alternativas para enganar o corpo pois esse, já gasto pelas noites e pelos dias, não responde à boca que lhe tece a mentira e o alimenta à força. No fim o que resta é a morte, silenciosamente.