Um dia, diferente.
Hoje fui a uma festa do povo, eram homens, eram mulheres, eram crianças: todos nós numa especie de extase social. Ouvimos os sinos da capela; largaram a gritaria; a alegria; a esperança. Lançaram-se as cavacas! - doce dos pobres - a euforia instalou-se!
Ninguem sabe ao certo como isto começou, um crente em São Gonçalinho terá feito uma promessa e pago em cavacas benzidas, atiradas aos pobres.Entre hoje e amanhã, mal se ouça o sino a tocar, instala-se a gritaria e a esperança: dizem, sempre se disse, de quem apanhar e comer estas cavas
santas tem sorte. Tem sorte para este novo ano que há de vir.
Eu hoje apanhei uma cava. Acreditas que foi contigo que eu quis dividir?
Um bom ano para ti, meu amor. Tu que estás cada vez mais longe.